terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Resenha: Shinrei Tantei Yakumo (anime)


Shinrei Tantei Yakumo (ou Psychic Detective Yakumo, no ocidente), é originalmente um livro ilustrado, tendo sido publicado duas vezes, na primeira com ilustrações de Katoh Akatsuki e mais tarde com ilustrações de capa por Yasushi Suzuki. Também foi adaptado para duas séries de mangá, um live-action, uma peça de teatro e finalmente o anime, do qual vou falar, com 13 episódios. Escrito por Hiroyuki Kawasaki e dirigido por Tomoyuki Kurokawa, foi produzido pelo estúdio Bee Train e exibido em 2010.

A história gira em torno de Saito Yakumo, um estudante que vive na sala do Clube de Filmes da escola. Ele possui o olho esquerdo vermelho, que lhe dá a habilidade de enxergar espíritos. Para não chamar atenção, Yakumo usa uma lente verde nesse olho, cor de seu olho normal.


Yakumo por vez ou outra ajuda o detetive Gotou a solucionar casos estranhos envolvendo espíritos, e outra personagem importante é Ozawa Haruka, uma colega de escola, que surge com um pedido de ajuda quando alguns colegas de sala apresentam sinais de possessão por fantasmas depois de entrar em um lugar dito assombrado.

Minha impressão: É impressionante como Shinrei Tantei Yakumo consegue ser tão ruim mesmo sendo tão bom. Difícil de entender? Bem, é que embora eu sinta que tenha resumido de maneira insatisfatória o desenho, a premissa é deveras interessante. Mais uma vez admito que sou suspeita, pois sobrenatural é um tema que me chama muito a atenção, mas mesmo assim prometia muito.


O problema começa com os personagens:
Saito Yakumo, acredito que era para ser retratado como um jovem retraído - por volta de seus 17 - por causa da infância e adolescência conturbada. Um olho de cor estranha, uma mãe que tenta matá-lo e no final indo morar com seu tio em um templo budista. Ele também tem uma prima que não fala, e em certo momento o tio diz algo como "não adianta o que você tente falar, ela não vai entender", mas em momento nenhum explica se ela tem alguma deficiência vocal, auditiva ou mental. Fica por isso mesmo. Então, Yakumo, o jovem de alma perturbada, se torna apenas um personagem que parece sempre entediado - e que acabou por me entediar também.

Kazutoshi Gotou, um detetive de meia-idade que eu simplesmente não consigo entender como conseguiu chegar a essa idade sendo detetive. Porque mesmo que seja Yakumo quem vê os espíritos, também é ele, com sua superinteligência, que faz todas as deduções do anime, mesmo as mais óbvias. A impressão que dá é que ele está ali apenas para cumprir o papel de um detetive que seria necessário para andamento do roteiro, porque de detetive mesmo ele não exerce função nenhuma.


Ozawa Haruka surge do nada e era para ser uma personagem simpática, mas para mim não foi nada além de insossa. Mas de uma maneira geral, os personagens tem sua história muito mal desenvolvidas, e com isso fica impossível de criar ligação com qualquer um. Os vilões também são apresentados de modo muito superficial, de modo que até torcer contra eles fica complicado.

Quanto à história, é certo que tem seus pontos altos, mas parecem de certa maneira muito mal distribuídos, e o clímax várias vezes parece ser interrompido por uma sequência mal feita. É aquele velho caso em que eu defendo a ideia de um anime pouca coisa mais longo - se são 13 episódios, poderiam ser uns 18 ou 22 - com a mesma história, só com um pouquinho mais de tempo para distribuir melhor o roteiro.


E no final das contas me pareceu uma cópia fraca de Ghost Hunt, que tem lá seus 20 e poucos episódios, ainda ficou devendo um pouco no desenvolvimento dos personagens mas que ainda assim conseguiu superar em muitos níveis Shinrei Tantei Yakumo. Uma pena mesmo.








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